Tabernáculo Eterno - A Canção do Amor Divino
Poema cantado com o qual os personagens da obra são recebidos, em visita a um plano superior do Mundo Espiritual.
Sedenta de paixão, minha alma voa
Quero tocar a margem do infinito
Mas, nas raias da razão me limito
E um abismo de Ti me aparta e atordoa
Oh! Imenso-Além, com insistência e ardor
Chama-me o Teu amor
Meu ser se inquieta, com sede de perfeição
Mas, neste grão, a esmo
Estou preso em mim mesmo
Esquecido de que filho sou de Tua pura feição
Oh! Eterno-Uno, com obstinação e fragor
Chama-me o Teu amor
Peregrino da saudade, por entre espinhos andejo
Perdido em meio a burburinho
Olvidei que sei o caminho
Mas, retornar ao Teu seio, sobretudo, almejo
Oh! Incomensurável-Todo, com afinco e clamor
Chama-me o Teu amor
Ainda no buril da dor, entoas-me acalantos de paz
Ressoa na luz das estrelas o Teu doce alento
No troar das procelas, no sussurro do vento
Mas ouvir-Te não sei, no crisol em que minha alma jaz
Oh! Inominável-Tudo, com hálito abrasador
Chama-me o Teu amor
Na imensa vastidão que no horizonte se distende
No céu azul, na manhã enevoada
A esperança é sempre renovada
Pois tudo me fala do Teu amor, que tudo ascende
Oh! Absoluto-Fim, com relutância e fervor
Chama-me o Teu amor
Chama-me o Teu amor... Chama-me o Teu amor...